quarta-feira, 24 de junho de 2009

no trabalho, fazendo um trabalho pra unb, quis falar em uniqueness. googlei possibilidades, e me lembrei de usar 'uniquidão' em passions no meu perfil do orkut, e me perguntei se alguém já a teria usado. a única ocorrência foi uma página desse blog, vejam só, no que reli esse post. e, de coração tocado, vi que porra, que massa, rola vida aqui no trabalho, rola algo de bonito. há algo aqui que eu vou lembrar com uma nostalgia cabulosa. o meu chefe, de grande coração e ego, que insiste em me explicar errado procedimentos que sei sete mil vezes melhor que ele, por exemplo. e é de boa. acho que rola de passar uma vida inteira assim, sim, e ser bem feliz, como eu e tipo toda minha geração rejeitamos de forma tão veemente. não desejo isso, claro, e já arquiteto desajeitadamente algo a respeito tem um tempo. mas coisas pequenas são legais, são preciosas. dos meus vídeos de celular, meu preferido é o que eu ando pelo meu setor filmando coisas e capturando o momento mágico e inexplicável em que tocava like dylan in the movies na rádio evangélica (pouco depois do discoalto ter feito cover no rayuela, aliás).

mas tergiverso - esse blogue é sobre parques, amoreiras e eventualmente sobre analogias com games, já devem ter percebido. e esse aqui é um post on-topic.

quinta-feira, mesmo mantendo meu horário normal de dormir às quatro e meia, acordei milagrosamente às 10h e fui correr no parque (o da cidade). foi doido, dei só a volta de dois quilômetros, mas também correndo de verdade às vezes. eu adoro correr, eu corro bem rápido, quando eu corro eu tenho a impressão de que nada poderia me alcançar. mas daí eu morro de cansaço depois de uns dez segundos. de toda forma, nisso aí ganhei alguma physical skill.

jogar the sims é louco, o impacto na vida real é pior (mas menos intenso) que tetris. tetris é inofensivo, é uma pala de percepção geométrica, de desejo de encaixe, que é doida mas restrita ao plano físico (até onde sei...) e não vai mais fundo que isso. e jogar burnout madrugada afora em casa de amigo é bem sossegado, também. voltando pra casa de manhã, o impulso de jogar seu carro contra os outros é de boa porque 1) os carros são bem poucos esse horário, e não têm setinha azul em cima e 2) peraí, né. mas the sims você tá lá fingindo viver em diversos aspectos (o 3 é bem mais profundo, embora absolutamente não muito, do que os outros), e eu cometi o erro de tentar me reproduzir no jogo. fisicamente não, porque o leque de opções é patetão, mas em características (escolhe-se cinco de uma lista (as minhas: loner, heavy sleeper, good sense of humor, friendly, virtuoso)), em ações. que assunto chato.

daí foi massa, correr. e quem duvida que depois de correr eu fui lá na amoreira??? claro que fui. e foi a primeira vez de todas que não consegui, mesmo, catar nenhuma amora. a única próxima de madura pendurava impossível, do alto, no fim de um galho longo e fino. cogitei pegar uma meio verde só pra não quebrar a tradição, mas resolvi que minha relação com ela era maior que esses artifícios palhas. + amizade com a amoreira.

vi um toby brevemente, e acho que vi o cachorro amigão de 2004 em forma de um labrador enorme. fiquei louco.

daí passei no fashion mall só de zona. única vez que fui lá, em 2003, foi a única vez que fui expulso de um lugar (excetuando-se a biblioteca da thomas, da qual todo mundo era expulso tipo todo dia) por jogar bola com pablo e guimarães. e, no sinal da w3, resolvi comprar os belos morangos que um cara simpático oferecia. eu tive que me manifestar com alguma ênfase, ele quase não me ofereceu de verdade. mas puxa, né, ninguém olha pra mim no meu carro e pensa 'nussss esse cara aí é a personificação do demográfico que compra morangos no sinal'. gosto de pensar que ensinei a ele uma importante lição, que refresquei e dei novo significado e dimensões ao sentimento de ficar oferecendo morangos repetidamente a cada sinal fechado.

voltando pra casa, cantando músicas do flight of the conchords, me veio como é massa a expressão, até onde sei feita popular pelo casseta&planeta, 'ih ó o cara aí'. e, em outro sinal, me foram oferecidos novamente morangos, e eu tentei um impulso de mostrar minha bandeja de morangos e fazer uma cara de 'êta, que eu já tenho' engraçada, mas ele perdeu força na minha timidez ridícula.

falou.