domingo, 2 de dezembro de 2007

não ando dando de postar, é verdade. acho que tamos todo mundo ficando mais velhos, a barra foi meio levantada, não dá mais de ficar postando bobagem em público que nem antes (abaixo deste post, exemplos). daí ando redecorando a tabela periódica - mas cheguei nos lantanídeos e já tou com tanta preguiça de continuar.

mas sonhos. ainda vivo frustrado de não poder registrá-los, de esquecer a maioria, de não poder colar na cabeça uns fios-adesivos (que nem daqueles monitores cardíacos) que transmitam atividade-cerebral pro computador que, por sua vez, filtre os coisos e decodifique e converta o sonho em arquivo .avi. me contentaria se preto-e-branco. me contentaria com um log toscão em .rtf, até*. mas não, nada, as situações e os lugares fantásticos, únicos, tão especiais quanto qualquer coisa que existe, se perdem, vão embora quando deviam virar realidade em algum lugar. uns são lembrados pra sempre, e uns esquecidos; mas triste mesmo é saber que a maioria fica num limbo, em algum canto obscuro das memórias (ou até alocado em um lugar inapropriado, em algum campo motor, sei lá**), que só vai ser resgatado se o mundo ceder uma seqüência de eventos que engatilhe a coisa de alguma forma, ache o caminhozinho improvável entre uma métrica penca de neurônios e conexões (sinapses, se não me falha) frouxas, um esforço enorme do impulso pra pular de lá pra lá, muitas das vezes morrendo no caminho.

daí acontece a mesma coisa com memórias-de-vida-real - mas nesse caso suponho que seja saudável, que haja boa razão para colocar umas coisas no arquivo morto (não que haja um, organizado, segue a lógica das coisas bagunçadas, espalhadas, impossíveis de se achar por vontade própria). mas daí há blogs, histórico de chats, emails antigos, coisa ou outra física, até. meu ponto interrompido é que o mundo é doidinho hoje - eu tenho de ir terminar minha resenha.

* devo viver, espero, pra ver algo parecido, o princípio disso. iDream.
** , que de alguma forma influencia o andar, até, a maneira de segurar o volante ao girá-lo numa curva, de lidar com tal e tal coisa. impossível não acontecer assim, acho.